Deus está no céu, disse o avô de Aharon Appelfeld: não há nada a temer

Aharon Appelfeld nasceu uma família 0️⃣ judia de classe média 1932, na Ucrânia atual; mas 1938 "o chão estava chamas sob nossos pés", 0️⃣ e mais tarde ele e seus pais foram levados para um campo de trabalho nazista. Ele conseguiu escapar 1942, 0️⃣ aos 10 anos; nunca mais viu seus pais e morreu Israel 2024.

Esses fatos curtos informam muito da escrita 0️⃣ de Appelfeld. Ele achou "chato" ser rotulado como "escritor do Holocausto", mas foi uma designação apoiada por muitos de seus 0️⃣ livros, incluindo os três reeditados esta semana pela Penguin Modern Classics. Mas sua abordagem para esse assunto infinito sempre é 0️⃣ distante, nunca direta.

Badenheim 1939: uma alegoria horrivelmente eficaz do efeito aplastante do Holocausto na Europa de guerra

O romance mais famoso 0️⃣ de Appelfeld é Badenheim 1939 (1980, traduzido por Dalya Bilu), uma alegoria horrivelmente eficaz do efeito aplastante do Holocausto na 0️⃣ Europa de guerra que mostra que a esperança pode ser pior do que a desesperança. Toda linha está carregada de 0️⃣ amarga ironia, começando pelo primeiro: "A primavera retornou a Badenheim." Para a população judia desta cidade termal austríaca, isso significa 0️⃣ preparar-se para uma "invasão de veraneantes" – e parece natural a eles que o departamento de saneamento deseje se envolver, 0️⃣ para garantir que tudo esteja bem.

Mas logo os judeus devem se registrar com o departamento, para ajudar com o realocação 0️⃣ deles. "Vamos para a Polônia breve", um homem diz a seus filhos. "Imagine – a Polônia." Por meio de 0️⃣ pequenos quadros dos personagens da cidade – cada cena terminando com outro prego martelado – o terror subtilemente se aproxima.

Há 0️⃣ um desconfortável desconforto Badenheim 1939. A ironia pode parecer um registro estranho para escrever sobre o Holocausto, mas se 0️⃣ alguém está qualificado para avaliar, é Appelfeld. Ele não está acusando judeus de cegueira voluntária para o que estava por 0️⃣ vir; o que estava por vir estava muito além do senso comum humano. "Mate o seu senso comum ordinário e 0️⃣ talvez você comece a entender", diz um personagem. Isso me lembrou da primeira experiência de Primo Levi um campo 0️⃣ de concentração, quando um guarda arrebatou um pedaço de gelo que Levi havia partido para aliviar sua sede. Quando Levi 0️⃣ perguntou por que, o guarda respondeu:

Aqui não há porquê.

Katerina: uma história mais estranha, mas igualmente satisfatória

O romance 0️⃣ de Appelfeld de 1989 Katerina (traduzido por Jeffrey M Green) é mais estranho do que Badenheim 1939, mas no final 0️⃣ não é menos satisfatório. Ele abre estilo simples, como um conto de fadas – "Meu nome é Katerina, e 0️⃣ logo terei 80 anos" – enquanto conta a história de sua vida como uma rutena (eslavo oriental) crescendo nos anos 0️⃣ 1880.

Ela é ensinada a desconfiar dos judeus – "não há nada mais fácil do que odiar os judeus" – mas 0️⃣ quando ela engravida e é acolhida por uma família judia, ela questiona suas preconceitos. No entanto, o antissemitismo, nós sabemos, 0️⃣ não desaparece quietamente.

Enquanto o estilo contido de Appelfeld se encaixa perfeitamente nas evasões de Badenheim, para um romance como Katerina 0️⃣ – repleto de horror e violência – ele funciona menos bem no início. No entanto, à medida que a história 0️⃣ de Katerina se move para o século 20 e se transforma uma alegoria assustadora, ela atinge uma força satisfatória 0️⃣ que supera a fraqueza estilística.

A vida de Aharon Appelfeld: memória e imaginação sintonia

Há muito a ser aprendido sobre a 0️⃣ abordagem de Appelfeld à escrita sua memória A História de uma Vida (1999, traduzida por Aloma Halter). No início, 0️⃣ ele faz uma distinção entre memória e imaginação para um escritor, que, com o tratamento adequado, não estão tensão 0️⃣ um com o outro, mas sintonia.

A infância inicial de Appelfeld foi um tempo de abundância – representado por tigelas 0️⃣ cheias de morangos, e judeus que "encheram suas salas com móveis caros e pesados" – que foi bruscamente interrompida. No 0️⃣ entanto, não obtemos informações diretas sobre o tempo de Appelfeld no campo de trabalho. Ele se refere a "uma escuridão 0️⃣ palpitante que sempre será trancada dentro de mim". O que aconteceu lá está impresso meu corpo e não 0️⃣ minha memória": uma resposta física, não uma resposta intelectual consciente.

Após escapar 0️⃣ do campo, ele viveu uma vida nômade antes de se mudar, após a guerra, para Israel, onde "o esquecimento encontrou 0️⃣ terreno fértil". Para muitos judeus, o país representava "a extinção da memória, uma transformação pessoal completa e uma identificação total 0️⃣ com essa faixa estreita de terra". Isso nos diz muito e explica o desprezo de Appelfeld pela "idealização" que encontrou 0️⃣ muita literatura israelense; ele aprendeu hebraico lá apenas sob protesto. (Sua família falava alemão e iídiche.)

A honestidade e a 0️⃣ clareza de Appelfeld servem de modelo para outros escritores seguirem. Talvez parte da perda de sua língua materna tenha trancado 0️⃣ aqueles anos no campo na memória de Appelfeld. No entanto, o hebraico lhe deu uma maneira de escrever esses livros 0️⃣ – belos livros cheios de dor – e por isso podemos estar grato.