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20/10/2024 03h30 Atualizado 20/10/2024

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GERADO EM: 20/10/2024 - 03:30

Brasil mantém ⭕️ forte programação de shows internacionais em 2025, com artistas como Twenty One Pilots, Shakira, Sting, Offspring, Simply Red, Shawn ⭕️ Mendes, Alanis Morissette, e Justin Timberlake. Desafios incluem a busca por headliners e a concentração da indústria musical, impactando artistas ⭕️ alternativos. O público busca conexão com os artistas e a diversidade musical em meio à crescente monopolização do mercado.

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Um Brasil que fecha 2024 com nada menos do que 14 apresentações seguidas do astro americano ⭕️ Bruno Mars (e outras, ainda a vir, de Lenny Kravitz, do Iron Maiden e do Slipknot, grupo que traz o ⭕️ seu próprio festival, o Knotfest) não perde por esperar 2025.

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O próximo ano começa já com uma agenda fortíssima. Em janeiro, o ⭕️ bombado duo Twenty One Pilots se apresenta em Curitiba (dia 22), Rio (24) e São Paulo (26). Em fevereiro, ⭕️ a coisa esquenta ainda mais, com a colombiana Shakira (dia 11, no Rio, e 13, em SP) e o ⭕️ inglês Sting (dia 14 no Rio, 16 em São Paulo e 18 em Curitiba). As capitais paranaense e ⭕️ paulista ainda recebem, dias 15 e 22, a I Wanna Be Tour, grande celebração do emo, com bandas (internacionais e ⭕️ nacionais) ainda a serem anunciadas. Em março, os punks americanos do Offspring recebem bandas amigas dos EUA e da Inglaterra ⭕️ em shows em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Curitiba. O Simply Red comemora 40 anos de estrada ⭕️ com shows no Rio e em São Paulo. Estrelas do rock alternativo dos anos 1990, como Garbage, L7 e ⭕️ Mudnoney, desembarcam no país. E o Lollapalooza leva para São Paulo os aguardados Olivia Rodrigo, Rüfüs Du Sol, Shawn Mendes, ⭕️ Alanis Morissette, Justin Timberlake e Tool, nos dias 28, 29 e 30 no Autódromo de Interlagos.

São Paulo no top 5 ⭕️ mundial

Mas em 2025 a coisa não para por aí: no mês de maio, em São Paulo, acontece o ⭕️ Bangers Open Air, festival de heavy metal, dias 2 e 3, no Memorial da América Latina. E espera-se ansiosamente pela ⭕️ divulgação das escalações estelares de dois festivais filhos do Rock in Rio, que acontecem em setembro: The Town (São ⭕️ Paulo, em sua segunda edição) e Amazônia Para Sempre (que estreia em Belém).

CEO da 30e, empresa que traz ⭕️ Twenty One Pilots, Offspring e Simply Red, além de promover a I Wanna Be Tour, Pepeu Correa diz que, após ⭕️ um momento pós-pandemia “em que a gente teve um boom, uma bolha, com as pessoas saindo de casa”, hoje o ⭕️ mercado de shows internacionais vive uma fase de estabilidade:

— São Paulo é uma das cinco maiores cidades de entretenimento ao ⭕️ vivo no mundo. As particularidades do Brasil são muito mais de backstage. A gente tem muito mais desafios na flutuação ⭕️ de câmbio, na importação de equipamento e nos impostos. Mas o principal de tudo hoje é que os artistas estão ⭕️ cada vez mais preocupados em como se conectar com os fãs.

Ele diz que a 30e acabou se especializando em ⭕️ promover shows e grandes e turnês de um artista só de cada vez. E fala em certo esgotamento ⭕️ no modelo dos festivais:

— O público está decidindo com qual vai ficar. A demanda que existia no pós-pandemia é uma ⭕️ ilusão, então as pessoas estão se decidindo pelo Rock in Rio ou pelo Lollapalooza, estão indo pelo line up, pela ⭕️ qualidade do festival. E cada vez mais os festivais têm mais dificuldade de contratar um headliner (artista cujo nome vai ⭕️ para o alto do cartaz e puxa as vendas de ingressos).

Criador do Rock in Rio, desbravador dos shows internacionais no ⭕️ Brasil, o publicitário Roberto Medina (cuja empresa Rock World cuida não só do RiR, mas de Lollapalooza, The Town e ⭕️ Amazônia Para Sempre) admite que hoje, no Brasil e no mundo, as turnês de estádio estão dando cada vez mais ⭕️ dinheiro às bandas do que tocar em um festival.

— Mas essa dificuldade (de conseguir headliners diante da maior rentabilidade ⭕️ das turnês) é algo que eu não estou tendo. Eventualmente, você tem momentos em que seus interesses não casam ⭕️ com o das bandas, mas, no caso de eventos que são projetos de marca, você tem dinheiro para competir com ⭕️ um ou dois shows em estádio — diz ele, prometendo anunciar até o começo do próximo ano as atrações ⭕️ de seus dois festivais de 2025.

Medina afirma que tem uma banda, “uma das maiores do mundo”, que já aceitou participar ⭕️ no The Town porque também vai tocar no Amazônia Para Sempre.

— Ou seja: estou produzindo um momento histórico para ela. ⭕️ O que acontece, por exemplo, quando o Coldplay canta num estádio? Do ponto de vista de mídia, nada. É ótimo, ⭕️ ele faz um show bacana, todo mundo vai, o cara ganha dinheiro, mas que que aconteceu em termos de ⭕️ marca? Nada — provoca. — Quando eu pego um artista e coloco no meio de um rio, você tem um ⭕️ storytelling gigantesco, vou falar do meio ambiente, do desenvolvimento tecnológico... ou seja, eu tenho um Globo Repórter da Amazônia, desse ⭕️ pulmão do mundo, com um artista dentro.

Difícil conciliação entre o desejo do público e a realidade do mercado

Resistente no mercado ⭕️ dos festivais, o paulista Bangers Open Air (antigo Summer Breeze, que atrai cerca de 15 mil pessoas por dia com ⭕️ uma programação calcada em bandas de renome do heavy metal) prevê resultados até melhores em 2025 do que ⭕️ os deste ano. Segundo um de seus produtores, Claudio Vicentin, ajuda muito estar fora do caminho das grandes produtoras de ⭕️ shows.

— A gente não mexe tanto com os artistas que trabalham com essas empresas, temos um outro público, mais nichado. ⭕️ Um Scorpions, um Alice Copper, esses artistas não fazem parte do Bangers, não é o que o nosso público está ⭕️ esperando. Um grande artista para a gente é um Killswitch Engage (banda americana, sumidade do gênero metalcore), que eles talvez ⭕️ nem conheçam (risos) — brinca Vicentin.

Segundo ele, a dificuldade de montar o line up do festival, porém, é igual à ⭕️ dos grandes.

— Muitas vezes o público diz “eu quero tal banda!”, como se o artista estivesse disponível na prateleira do ⭕️ mercado. Como se você fosse lá, pagasse, pegasse e trouxesse. E não é assim. Muitas das bandas que gostaríamos de ⭕️ trazer para 2025 nós não vamos conseguir, ou porque a banda está em estúdio, ou porque vai estar numa ⭕️ turnê nos Estados Unidos ou porque, naquele período, a banda simplesmente não quer tocar — explica Vicentin. — E tem ⭕️ o dólar, o maior problema que a gente tem no mercado brasileiro. Lá fora, eles estão comprando banda na moeda ⭕️ deles. Aqui, a gente compra banda em dólar e vende ingresso em real.

Monopolização da música

Dificuldades também enfrenta André ⭕️ Barcinski, que com sua produtora está trazendo ao Brasil em 2025 os grupos Vapors of Morphine (em São Paulo) ⭕️ e Mudhoney (no Rio e em Belo Horizonte).

— Acho que estamos voltando para um patamar mais realista (dos shows ⭕️ internacionais no Brasil), mesmo assim tem alguns fenômenos que eu não consigo explicar, como o dos shows caríssimos esgotando rapidamente, ⭕️ de Bruno Mars e Coldplay. Isso é algo nunca visto — diz. — Acho que isso reflete uma tendência mundial ⭕️ de monopolização da música, de menos artistas cada vez mais concentrando números gigantes de streamings. Você tem uma casta de ⭕️ artistas que fazem esses shows gigantes e nunca venderam tanto e, ao mesmo tempo, uma, digamos, classe média de artistas ⭕️ que está tendo muita dificuldade para vender ingressos.

Para Barcinski, o aumento do dólar e dos custos gerais de passagens aéreas ⭕️ e frete de equipamentos e a disputa com os grandes festivais têm deixado os artistas médios, da música mais alternativa, ⭕️ em situação desfavorável no Brasil dos grandes shows.

— E aí existe hoje uma geração de fãs, talvez até duas, ⭕️ que só vão em festivais. É uma molecada que espera para ir ao The Town, ao Lollapalooza, aos megafestivais, ⭕️ mas que, por vários motivos, não frequenta casas pequenas. E eu acho isso muito ruim, porque você forma público. O ⭕️ que forma as cenas de qualquer gênero musical, do funk ao punk, são os clubes pequenos — argumenta. — Costumo ⭕️ dizer que megafestival de música não é para quem gosta de música, mas para quem gosta de festival. Quando você ⭕️ divide o número de artistas que você de fato viu pelo valor do ingresso que pagou, vai ver que seria ⭕️ muito mais negócio ver esses artistas isolados em shows menores.

‘Se tudo coincidir...’

Mas a sanha do público pelos grandes artistas ⭕️ não cessa. Coldplay, U2, Beyoncé, Dua Lipa, o Oasis em sua turnê de comeback... todos esses moram nos sonhos ⭕️ dos brasileiros para 2025.

— Quando acaba um Rock in Rio, eu pergunto às pessoas o que elas querem ouvir e ⭕️ monto um relatório. O segundo passo é ver quem está cantando, quem pode vir, e começar a conversar, a trabalhar ⭕️ esse caminho. Se tudo coincidir, ótimo. O maior sonho das pessoas é o meu também — conta Roberto Medina. — ⭕️ Quando eu comecei, com um cheque você contratava qualquer um. Hoje não tem cheque para contratar certos artistas.

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