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Jorge Eduardo Guinle (Petrópolis, 5 de fevereiro de 1916 – Rio de Janeiro, 🌛 5 de março de 2004),[2] mais conhecido como Jorginho Guinle,[3] foi um socialite, playboy, e herdeiro milionário brasileiro, notável por 🌛 suas conquistas amorosas e falência financeira.

Após ter gastado quase todos seus bens, avaliados em cerca de 100 milhões de dólares, 🌛 em festas, viagens e mulheres, Guinle faleceu aos 88 anos de idade, morando, por favor de seus novos donos, no 🌛 hotel Copacabana Palace.

O hotel fora fundado por seu tio, Octávio, em 1923.

[4] Declarando com orgulho nunca ter trabalhado em sua 🌛 vida, Jorginho publicou uma autobiografia cujo título resumia seu estilo de viver: "Um Século de Boa Vida".

[4] Casou-se quatro vezes,[5] 🌛 tendo três filhos de três desses casamentos.[3]

Por seu trânsito na alta sociedade ao redor do mundo, foi convidado a ser 🌛 embaixador informal do Brasil nos Estados Unidos, a pedido do Departamento de Imprensa e Propaganda durante a ditadura Vargas, e 🌛 representante de "assuntos sul-americanos" em Hollywood, a pedido de Nelson Rockefeller.

[6] O acesso aos estúdios fez com que se gabasse 🌛 de conquistas como Marilyn Monroe (com quem teria feito sexo "duas vezes"), Rita Hayworth (namorada durante três meses) ou Jayne 🌛 Mansfield (a quem definiu: "corpo escultural e ninfomaníaca").

[7] Foi um grande aficionado pelo jazz e, por isso, foi autor da 🌛 primeira obra no Brasil sobre o estilo musical.[8]

Sua filosofia ao fim da vida procurava manter o título de "maior playboy 🌛 do Brasil", dizendo que "Nenhum playboy de hoje pode ser meu sucessor.

Todos têm um grave defeito: eles trabalham" e concluía 🌛 que: "O segredo do bem viver é morrer sem um centavo no bolso.

Mas errei o cálculo e o dinheiro acabou 🌛 antes da hora".[7]

Origens familiares: riqueza e gastança [ editar | editar código-fonte ]

Os patriarcas Eduardo e Guilhermina.

A família teve sua 🌛 fortuna originada com Eduardo Palassin Guinle (1846-1912), que no centro do Rio de Janeiro estabelecera por volta de 1870 um 🌛 armazém de produtos importados em sociedade com Candido Gaffrée, ambos gaúchos, chamado "Aux Tuileries", e logo expandiria suas atividades para 🌛 a construção de estradas e ferrovias, e aquisições imobiliárias - até finalmente conseguirem uma concessão de 90 anos que os 🌛 tornaria milionários: o porto de Santos.[9][10]

Em 1882 a sociedade recebeu autorização para a reforma e consequente administração do porto, que 🌛 logo se tornaria o principal escoadouro da maior riqueza do país, na época: o café; isto viria a gerar durante 🌛 nove décadas uma renda estimada em valores corrigidos a fortuna de 92 bilhões de dólares.

[9][10] Outros investimentos foram acrescidos, ao 🌛 longo da história, como em petróleo, geração elétrica e, por fim, o Banco Boavista.

[9] Dentre as muitas propriedades da família 🌛 estava a luxuosa residência de campo conhecida por Granja Comary, hoje centro de treinamento da Seleção Brasileira de Futebol,[7] deixando 🌛 marcas arquitetônicas na capital fluminense como o Hospital Gaffrée e Guinle na Tijuca, a sede do Parque da Cidade ou 🌛 o Palácio de Brocoió.[9]

A riqueza, contudo, não evitava que a fortuna acabasse: foi o que aconteceu ao primogênito de Palassin 🌛 Guinle, Eduardo Guinle (1878-1941), que em 1913 mandara erguer por residência, com projeto do arquiteto Joseph Gire, o Palácio Laranjeiras 🌛 (hoje pertencente ao governo estadual) imitando o Casino de Monte Carlo e com luxos únicos no país: mármore carrara, granito 🌛 húngaro, tacos vindos da Bélgica e móveis com folhas de ouro francês - mesmo país do escultor dos dois leões 🌛 de pedra que guardam a entrada, em tamanho natural: Georges Gardet, responsável por um leão no Jardim de Luxemburgo, em 🌛 Paris.

[9] A obra, ao final, acabou levando-o à falência - algo que viria a se repetir na família, dona de 🌛 fortunas gastas de forma "colossal" até a ruína.[9]

Vista do Copacabana Palace, no ano de sua inauguração - palco de muitos 🌛 momentos na vida de Jorge Guinle.

A esposa do patriarca, Guilhermina (1854-1925), além de dividir o leito com o sócio do 🌛 marido (e que seria pai de três dos seus sete filhos), tinha excentricidades como levar por dutos subterrâneos a água 🌛 do mar até sua piscina, na mansão na Avenida Atlântica, em Copacabana.

[9] Quando morreu o marido este deixou uma fortuna 🌛 avaliada, em valores atuais, em 2 bilhões de dólares.[7]

Dentre outros fatores que marcaram a derrocada do clã a mudança da 🌛 capital para Brasília foi um duro golpe para a família Guinle que, assim, perdia o acesso que tinha aos gabinetes 🌛 governamentais no Rio.

[11] O arquiteto e comerciante Eduardo Campello Guinle, bisneto do patriarca, declarou em 2015: "Embora o empreendedorismo fosse 🌛 a marca da família, a gastança também era.

Eu, por exemplo, não herdei nada".

[9] Nenhum outro da família, contudo, granjeou mais 🌛 fama de perdulário do que Jorginho Guinle.[9]

Compunha o clima favorável para que surgisse a figura de Guinle como bon vivant 🌛 a predisposição do Rio de Janeiro em se tornar uma cidade cosmopolita: "Hollywood, cinema, Paris, a boate Vogue, belas mulheres, 🌛 o Copacabana Palace, a ociosidade movida a champanhe e caviar estavam no ar e esse caldo de cultura fútil formou 🌛 o pano de fundo...

[que viria a] destacar-se nas colunas sociais assinadas por Gilberto Trompowsky, Jacintho de Thormes, Ibrahim Sued e 🌛 Maria Cláudia Bonfim, entre outros."[12]

Primeiros anos de bon vivant [ editar | editar código-fonte ]

O pai Carlos nos jardins do 🌛 palácio de Botafogo, ao lado do caríssimo Chrysler Imperial, em 1928.

Jorginho era filho de Carlos Guinle (1883-1969), um dos que 🌛 seriam na verdade fruto do adultério da matriarca Guilhermina, e Gilda de Oliveira Rocha Guinle.

[9][1] Sua mãe era filha do 🌛 português Manuel Jorge de Oliveira Rocha (o "Rochinha"), que fundou em 1894 o jornal carioca A Notícia, vespertino que deixou 🌛 de circular em 1998.[13][14].

Seu pai erguera uma mansão também em Botafogo, onde hoje é o Centro Empresarial Argentina, e nos 🌛 jantares em família ele sempre usava black-tie.

[9] Ali hospedaram, em 1930, o então governador de Nova York Franklin Delano Roosevelt.[3]

Jorginho 🌛 foi educado na infância por uma preceptora alemã que, segundo ele, tivera um irmão que havia sido companheiro de Lênin 🌛 e, por isso, ela o influenciou a tornar-se um "marxista"[1]

Em 13 de agosto de 1923, na festa de inauguração do 🌛 Copacabana Palace (o "Copa") Jorginho então com 7 anos conheceu aquele que seria seu amigo por toda a vida e 🌛 também futuro playboy, Joaquim Monteiro de Carvalho, o "Baby", então com 10 anos.

[10] Mais tarde combinaram que se um dos 🌛 dois ficasse pobre o outro ajudaria - e Baby cumpriu a promessa, quando o amigo perdeu a fortuna.

[15] Filatelista, chegou 🌛 a ganhar selos de Santos Dumont.[16]

Jorginho tinha 12 anos quando começou a gostar de jazz, mas lembra que desde bem 🌛 novo estava afeito ao cenário musical, pois seu tio Arnaldo fora o mecenas de Pixinguinha, o pai bancara os estudos 🌛 de Villa-Lobos na Europa e o Copa era um dos palcos privilegiados da música, no Rio.

[17] Segundo ele, gostar de 🌛 jazz foi um ato de rebeldia, pois o pai detestava o ritmo: "...

dizia que era bagunça, não música.

"[17] Desde então 🌛 passou a comprar todos os discos de jazz, até sua primeira ida aos Estados Unidos.

[17] Isto ocorreu em 1939, quando 🌛 tinha 23 anos.[18]

Jorginho, na casa dos pais.

Teria ainda estudado filosofia (como autodidata[19] e no Collège de France em 1938, com 🌛 o professor Le Roy na cadeira de Henri Bergson[20]), declarando-se epicurista.

[1] Sobre ser comunista, ele declarou: "Eu também era.

Eu não 🌛 fazia parte de nada, mas tinha admiração pela doutrina.

Não era engajado, nem mesmo...

como é que se chamava o pessoal que 🌛 era capitalista mas ajudava o marxismo?...

Inocente útil! Inocente nunca fui...Útil eu já fui."[21]

Em sua autobiografia Jorginho registrou, sobre Paris e 🌛 sua vida noturna da juventude: "Montmartre era o grande centro.Pigalle.

Todos os shows com mulheres de seios de fora.

Um lugar apresentava 🌛 mulheres completamente nuas! [...

] Havia um cabaré luxuosíssimo que só se tomava champanhe, uísque era raríssimo.

Na Scherazade, boate onde se 🌛 apresentou Pixinguinha, não se podia tomar uísque, só champanhe.

Ou vodca, porque era uma casa russa [...

] 0fereciam coktails de uma 🌛 variedade imensa, coloridos, e o rei dos coktails era o martini"; a capital francesa, nas décadas de 1930 e 1940 🌛 influenciou a noite do Rio, onde ao lado dos cassinos do Copa e da Urca e outros locais do centro 🌛 da cidade como o Café Nice, o público jogava bacará ou roleta, via números artísticos onde muitos deles eram protagonizados 🌛 por "belas e por vezes exóticas mulheres estrangeiras" (sic) e tinham na sua frequência "os políticos, os homens de negócio, 🌛 os boêmios, os artistas e grande número de prostitutas".[22]

Cidadão do mundo e das festas [ editar | editar código-fonte ]

Aproveitando-se 🌛 da fama internacional da família, Jorginho resumiu sua estratégia para ser aceito no jet set: "O importante não era a 🌛 quantidade de dinheiro que você tinha, mas devia aparentar ter muito.

Era importante ter classe, se apresentar como dono do Copacabana 🌛 Palace, amigo do Rockefeller"[7]

Dentre os fatos históricos que teria testemunhado ou mesmo participado, Jorginho em 1942 assistiu às gravações do 🌛 filme Casablanca, justamente na cena em que Humphrey Bogart pedia ao pianista para tocar As Time Goes By.

[23][3]Teria, ainda, assessorado 🌛 Walt Disney na criação da sua personagem brasileira, o Zé Carioca.[23]

Nos anos 40 recebia da mãe uma mesada de US$ 🌛 60 mil, em valores atualizados.

[10][15] Sua presença em Hollywood mereceu uma matéria de primeira página do Los Angeles Herald-Examiner, de 🌛 autoria daquela que foi a primeira colunista de cinema dos EUA, Louella Parsons.

[24] Passou a ser então companheiro preferido de 🌛 personalidades como Errol Flynn, Howard Hughes ou Bruce Cabot; uma vez com Flynn e Cabot saíram com Lana Turner, Veronica 🌛 Lake e Linda Darnell.

[24] Além destes, fora companheiro de farras de Orson Welles, Ronald Reagan, Mervyn Leroy e outros.[18]

Seu papel 🌛 diplomático tornou-se semi-oficial quando os Estados Unidos, temendo a influência nazista no Brasil e outros países da América Latina, fez 🌛 com que fosse procurado por Nelson Rockefeller, que então ocupava a coordenação do governo para assuntos interamericanos (Coordinator of Inter-American 🌛 Affairs),[24] para que atuasse em prol dos Aliados, tanto na terra natal quanto nos EUA.[3]

Guinle acabou ajudando a divulgar o 🌛 Rio de Janeiro como uma das cidades mais glamorosas do mundo e, em Hollywood, por seu encanto e modos polidos 🌛 tornou-se uma pessoa querida pelas estrelas e donos de estúdios - onde ganhou a tarefa oficial de revisor de roteiros 🌛 para conferir, por exemplo, que personagens brasileiros falassem o português e não espanhol.

[3] Na "capital do cinema" chegou a compartilhar 🌛 um apartamento com Errol Flynn.[3]

Jorginho conhecera Vinícius de Morais nos Estados Unidos, no ano de 1942 quando aquele era vice-cônsul 🌛 do país em Los Angeles e o cônsul era o escritor Raul Bopp; no consulado também trabalhava o autor gaúcho 🌛 Érico Verissimo.

[21] A amizade começara por meio de um amigo em comum, o turco Nesuhi Ertegun – que mais tarde 🌛 acabaria por ajudar Pelé ao fundar o New York Cosmos – e junto ao irmão havia criado uma pequena gravadora 🌛 de jazz (a Crescent Records), mais tarde vendida à Atlantic Records por 19 milhões de dólares.[21]

Por meio do Jorginho, por 🌛 sua vez, Vinícius conhecera Jack Warner, Darryl Zanuck e artistas considerados "de sociedade", como Marlene Dietrich e Greta Garbo.

[21] Um 🌛 dia ele ligou ao Jorginho – representante do "Coordinator of Inter-American Affairs" - para que apresentasse um estúdio ao então 🌛 ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra; era um feriado, ninguém estaria gravando naquele dia mas Jorginho descobriu que estavam filmando 🌛 A Canção de Bernadette, na 20th Century Fox e, num intervalo em que as atrizes vestidas de freiras pararam para 🌛 fumar, como fazem quando ia uma visita importante, foram tirar fotos junto ao general que, ao lado daquelas personagens, agradeceu 🌛 ao playboy: "Jorge, que bom que estou tirando uma foto com as freiras! A Santinha, minha mulher, vai gostar disso."[21]

Guinle, 🌛 Vinícius e Orson Welles formaram um trio de admiradores do jazz de Nova Orleans nos EUA, e um dia este 🌛 último o convidara para conhecer o maestro Stokowski para lhe darem uma "aula de jazz".[21]

Jorginho fora amigo de Carmem Miranda 🌛 que conhecera ainda no Rio e depois reencontrou nos EUA, para onde ela se mudara em 1939; seu depoimento sobre 🌛 a cantora e atriz luso-brasileira, quando já tinha mais de 80 anos, foi o primeiro que deu base às pesquisas 🌛 do biógrafo Ruy Castro em sua obra sobre ela.[26]

Quando de sua segunda visita ao Brasil em 1946, desta feita pilotando 🌛 o próprio avião, o astro Tyrone Power teceu rasgados elogios à cidade, e relatou que fizera uma visita à Ilha 🌛 de Brocoió a convite do governo brasileiro e do Jorge Guinle.[27]

A visão para as mulheres não se repetia com os 🌛 negócios: quando o amigo Alfred Bloomingdale lhe propôs sociedade num empreendimento ele recusou, perdendo assim a chance de ser sócio 🌛 de nada menos que o pioneiro cartão de crédito, o Diners Club.[18]

Em 1953, na Granja Comary, o então presidente Vargas 🌛 fez uma visita em companhia do ministro Horácio Lafer e terminou como árbitro de uma partida de futebol entre os 🌛 membros da família Guinle, revelando o grau de intimidade que tinham com o poder.[11]

Até sua coleção de trens em miniatura 🌛 foi vendida, na velhice.

Retrato sob a guarda do Arquivo Nacional (Brasil).

Em portaria conjunta dos ministérios da Educação e das Relações 🌛 Exteriores de 16 de maio de 1952 fora criada uma comissão provisória encarregada de elaborar os estatutos do festival da 🌛 qual faziam parte Jorge Guinle, Vinicius de Morais, Guilherme de Almeida, Herbert Moses, Francisco Matarazzo Sobrinho, entre outros.[28]

Como aquele ano 🌛 marcaria dos 400 anos da cidade de São Paulo, o governo do estado participou junto ao federal, e a programação 🌛 do evento ficou dividida entre a capital paulista e a carioca; Jorginho foi nomeado pelo Ministro, em 1953, membro da 🌛 comissão permanente de organização e depois suplente naquela que foi encarregada de sua execução; o papel de Jorge Guinle era 🌛 de articular a participação da indústria cinematográfica estadunidense no Festival.[29][30]

Em 1953 o presidente da república Getúlio Vargas assinou decreto designando 🌛 Jorge Guinle delegado oficial do Brasil junto à XIV Mostra Internacional de Arte Cinematográfica, em Veneza, que se realizou de 🌛 11 de agosto a 4 de setembro daquele ano.[31]

Em dezembro de 1953 Jorginho trouxe ao Brasil o representante da Motion 🌛 Picture Association of America, Robert J.

Corkery, onde este anunciou o interesse dos estúdios pelo novo Festival, e veio conhecer os 🌛 locais, anunciando trazer duas tecnologias até então inéditas no país: o Widescreen e o Cinemascope.[32]

No Festival de Cannes de 1959, 🌛 como delegado oficial do Brasil, assistiu à estreia de Orfeu Negro baseado na peça de Vinicius de Morais, que foi 🌛 aplaudido de pé e o grande vencedor da Palma de Ouro.[21]

A colaboração com o governo foi assim resumida pelo historiador 🌛 Clóvis Bulcão: "O esquema Jorginho-Vargas era simples, barato e eficiente.

Ele convidava as atrizes, a companhia aérea Varig, com apoio estatal, 🌛 dava as passagens e o Copacabana Palace hospedava.

Foi assim que o carnaval do Rio de Janeiro atraiu a atenção da 🌛 mídia estrangeira."[11]

Vida de playboy: "prazer sem responsabilidade" [ editar | editar código-fonte ]

Jorginho foi um amigo ou rival de outros 🌛 famosos conquistadores, como Porfirio Rubirosa, Howard Hughes, Ali Khan e Aristóteles Onassis.

[33] Ele próprio foi um dos playboys mais famosos 🌛 do mundo.

[18] Declarou que não gostava de festas, e só as suportava porque nelas havia um "nobre" motivo para frequentá-las: 🌛 as mulheres.

[15] Tinha acesso livre a todos os estúdios e quando queria ligava para um deles, perguntava o que estavam 🌛 filmando e ia lá, assistir às gravações.[21]

A valorização da conduta donjuanesca e sexista era algo valorizado na cultura de seu 🌛 tempo, como se pode ver no relato do escritor J.F.

dos Santos em seu livro de 1998 "Feliz 1958: o ano 🌛 que não devia terminar", onde ele diz que: "O brasileiro deixava de ser um vira-lata entre os homens e o 🌛 Brasil um vira-lata entre as nações.

Não havia mais motivos para chorar o gol arrasador do uruguaio Ghiggia, oito anos antes, 🌛 ou as duas polegadas da Marta Rocha.

Café pequeno, xaveco.

A taça do mundo era nossa, assim como a Marilyn Maxwell, atriz 🌛 americana que veio pular o carnaval aqui e o Jorginho Guinle, crau, botou-lhe a bola no fundo da rede, marcando 🌛 mais um golaço para as nossas cores.

A palavra orgulho entrou na moda e, será coincidência?, foi justo aí que tudo 🌛 passou a ser bárbaro.

Era bárbaro, por exemplo, andar na pioneira escada rolante da Sears.

Era bárbaro ser do mesmo país da 🌛 Maria Ester Bueno, que no mês seguinte ao dos canarinhos foi campeã de duplas em Wimblendon."[34]

Sua altura estava entre 1,60 🌛 m[16] e 1,63 m.

[10] Procurava compensar com uso de sapatos com saltos internos que lhe aumentavam 8 cm - o 🌛 que ainda o mantinha mais baixo que as namoradas, mas não muito.

[19] A baixa estatura nunca fora-lhe empecilho: tinha preferência 🌛 por mulheres altas e pelas atrizes de Hollywood, frequentando todas as festas que podia do circuito Rio, Los Angeles, Nova 🌛 York e Paris, tentava conquistar o máximo de mulheres possível.

[19] Levava com humor quando sua altura servia de piada, como 🌛 por exemplo lembrando de quando fora apresentado por Mervyn LeRoy a Harry Cohn, o chefe da Columbia Pictures, e este 🌛 falou ao amigo: "Por que você trouxe o seu jóquei com você?"[24] Tinha olhos azuis, e um "charme suave".[18]

Uma de 🌛 suas belas namoradas foi a atriz e pin-up Carole Landis, em julho de 1942, antes de ela iniciar sua USO 🌛 tour às tropas americanas; no mesmo ano ela teve vários outros namoros.

[35] Dizzy Gillespie em sua autobiografia relembra sua passagem 🌛 no Brasil: Jorginho estava com a Susan Hayward - uma das muitas "starlets" que ele trazia para o sul da 🌛 América Latina - e lhe dera uma festa "fabulosa".[36]

Danuza Leão lembra o relacionamento de Jorginho com a atriz Hedy Lamarr 🌛 onde, após dois dias juntos, ela pedira-lhe como "lembrança" um desenho de Picasso à venda numa galeria, onde a obra 🌛 custava em valores da época a pequena fortuna de 70 mil dólares; sem o dinheiro, ele pediu emprestado a um 🌛 primo que, sensatamente, se recusou a patrocinar o que considerava loucura: Jorginho então mandou um bilhete à amante onde dizia-lhe 🌛 não haver comprado o mimo porque ela "valia muito mais".[19]

Kim Novak e Guinle saíram fantasiados pelas ruas do Rio de 🌛 Janeiro, após um baile de carnaval.

[37] A notícia, que saíra na revista de maior circulação da época O Cruzeiro de 🌛 19 de março de 1960 revelava que a atriz, noiva, dizia "amar o amor" e andava em companhia do anfitrião 🌛 Jorginho – inclusive no baile de carnaval do Teatro Municipal onde ficara apenas 15 minutos e saíra para as ruas.

[38] 🌛 Numa prova de simplicidade de Kim, um dia foi com Jorginho e outro amigo comer uma pizza na Cantina Sorrento.

[38] 🌛 Jorginho levou-a para conhecer o presidente Juscelino Kubitschek e, segundo disse: "Eles se divertiram muito, porque os dois eram de 🌛 origem tcheca".[11]

Ainda em 1960 Jorginho namorou a bela miss Brasil, a baiana Marta Rocha; ela, já viúva e ele divorciado, 🌛 apareceram como um casal na imprensa em julho e outubro daquele ano.[39][40]

Conheceu Marilyn Monroe quando esta tinha apenas 20 anos, 🌛 em 1946, e iniciava sua carreira no cinema.

[3] Ainda com o nome de Norma Jean Baker[24] ela trabalhava animando festas 🌛 de Hollywood e Jorginho, então com 31 anos, estava em uma casa alugada por Howard Hughes e dera 100 dólares 🌛 a um rapaz de nome All Davies, que fazia a ligação com as garotas, que lhe contratasse os serviços de 🌛 uma delas - e Norma Jean fora a que se apresentou.

[10] Norma Jean não foi exceção, em 1985 ele declarou 🌛 sua predileção por profissionais do sexo: "Sempre tive muitas amigas entre as prostitutas.

Puta não enche o saco e não quer 🌛 que você troque sua mulher por ela.

Você trepa, paga e acabou.

Ela não fica te telefonando e não te exige mais 🌛 nada"[16]

Em 5 de março de 1962 ele telefonou para Monroe, quando ela fora ao México para receber ali o título 🌛 de "artista mais popular do mundo", compromisso que a fizera cancelar uma vinda ao Brasil, para o carnaval, e disse-lhe 🌛 que viria em outra ocasião.

[41] Em agosto Jorginho voou para a Califórnia, a fim de encontrar Marilyn e acompanhá-la ao 🌛 Festival de Cinema de Veneza; levava para ela um colar de topázios com que um amigo joalheiro tencionava presenteá-la, mas 🌛 foi surpreendido com a notícia de sua morte; ele então recuperou-se do susto na suíte do Beverly Hills Hotel, consultou 🌛 sua agenda e ligou para Jayne Mansfield, recentemente divorciada, presenteando-a com a joia que seria da estrela rival falecida - 🌛 e ficaram juntos por dois anos.[3]

Mais cedo, em 1962, Janet Leigh veio ao Rio e, com Jorginho, presenciou à estreia 🌛 do espetáculo "Skindô", durante as comemorações do quarto centenário da cidade.

[42] Leigh viera, em outubro de 1961 ao Brasil, em 🌛 companhia do ainda marido Tony Curtis e das duas filhas Kelly e Jamie, de 5 e 2 anos respectivamente; ele 🌛 ia à Argentina para filmar e depois voltaram para Hollywood onde, após algumas semanas, anunciaram "férias conjugais" e ela voltou 🌛 ao Brasil.

[43] Quando se divorciaram, no meio do ano, a imprensa passou a cogitar que ela e Jorginho se casariam 🌛 em breve.[43]

Suas conquistas amorosas fizeram com que deixasse sua marca como grande Don Juan daquela época em Hollywood; além das 🌛 duas atrizes citadas conquistou Ava Gardner, de quem declarou ser "a mulher mais bonita que Hollywood já viu", Anita Ekberg, 🌛 Veronica Lake,[3] Romy Schneider, Kim Novak,[10] Hedy Lamarr,[44][16] Susan Hayward,[24][44] Zsa Zsa Gabor, Rita Hayworth, Lana Turner,[24] Jane Russell.[33]

Muitas destas 🌛 conquistas ele trazia para o Rio, hospedando-as no Copa; as imagens das estrelas tomando champanhe ali, diante da praia de 🌛 Copacabana e brincando o carnaval fizeram com que tanto o hotel quanto o próprio Guinle se tornassem símbolos internacionais do 🌛 país.

[3] Foi nos mármores do Copa, por exemplo, que Ginger Rogers o ensinou a dançar, segundo o jornal The Telegraph;[3] 🌛 ela estava em crise no casamento com o astro francês Jacques Bergerac, que lhe fora infiel e, segundo Ruy Castro, 🌛 teria resistido ao assédio de Jorginho no carnaval de 1955.

[45] A cronista Luciana Fróes cita que, quando criança e seu 🌛 pai tinha casa em Teresópolis, "ficava no gramado da Comary, onde hoje treina a seleção brasileira de futebol, esperando o 🌛 Jorginho passar de carro com alguma artista de Hollywood."[46]

Em sua casa Marlene Dietrich cantou, acompanhada ao piano por Burt Bacharach.

[3] 🌛 E os jornais da época disseram que ele fora o homem pelo qual Janet Leigh deixara Tony Curtis.

[3] Linda Christian 🌛 foi mais uma das que tiveram o affair com Jorginho amplamente divulgado na imprensa estadunidense.[47]

Dentre as conquistas no Brasil estava 🌛 Eliana Pittman, em 1964: a famosa coluna Mexericos da Candinha, da Revista do Rádio dizia que D.

Ofélia, esposa do músico 🌛 Booker Pittman estava "chateada" com o namoro da filha.

[48] Em 1962 a mesma revista insinuara um encontro dele com a 🌛 cantora Maysa, numa pescaria em que o anzol ficara preso no olho da artista,[49] e em 1961 a "Candinha" dava 🌛 conta do romance com a atriz Sônia Dutra.[50]

Em 1967, durante o concurso para Miss Universo que ocorrera no Brasil, Jorginho 🌛 fez as candidatas quebrarem o protocolo do evento levando-as para as praias de Ipanema e de Copacabana com biquínis, ao 🌛 invés dos tradicionais maiôs da marca Catalina e, à noite, levou as garotas ao Le Bateau, então o mais exclusivo 🌛 nightclub do Rio.[51]

Foi o "último" de sua espécie, segundo The New York Times, e retrato de uma era antes da 🌛 II Guerra Mundial em que pouco havia de consciência social, passando a vida em busca do prazer e sem nenhuma 🌛 responsabilidade.

[24] Por isso, ao final da vida, para ele era melhor se lembrar do passado distante do que o ano 🌛 anterior - como o Reveillon de 1949, onde fora a nove festas em Nova York, incluindo uma para Greta Garbo 🌛 e outra na casa de Billy Rose.[24]

O poeta e jornalista espanhol Miguel Ángel Molinero (1948-2007) resumiu assim sua trajetória de 🌛 conquistas: "Guinle havia navegado desperto, em calmaria, por geografias que os demais guardavam na retina, para os sonhos".[52][nota 1]

Vida familiar 🌛 e privada [ editar | editar código-fonte ]

Apesar de declarar que nunca trabalhou, ele teve um emprego por trinta anos: 🌛 recebia salário da Companhia Internacional de Seguros, pertencente à família - embora garantisse que ia lá raramente.[7]

O ator Bruce Cabot, 🌛 estrela do primeiro filme de King Kong, foi um dos padrinhos de casamento de Jorginho e Dolores.

Sua primeira esposa, Dolores 🌛 Sherwood Bosshard, no dizer de Danuza Leão em relação às muitas conquistas dele: "talvez tenha sido a mais bonita de 🌛 todas elas.

Bonita, não: deslumbrante -- e altíssima.

"[19] Dolores foi considerada pela célebre colunista social estadunidense Elsa Maxwell "sem dúvida uma 🌛 das mulheres mais belas do mundo"[53] Errol Flynn foi padrinho de seu casamento com ela.

[11] O casamento, divulgado no Brasil 🌛 apenas quatro dias depois, ocorrera em Hollywood, no dia 2 de outubro de 1944, num cartório de Beverly Hills.

[54] O 🌛 casal voltou ao Brasil a 7 de janeiro de 1945, ocasião em que o Diário de Notícias publicou a seguinte 🌛 nota: "Pelo "clipper" da Pan American World Airways, chegou anteontem, de Miami, o sr.

Jorge Eduardo Guinle, acompanhado de sua esposa, 🌛 sra.

Dolores Sherwood Guinle, da sociedade californiana.

O casamento dos dois jovens, que pertencem a duas importantes famílias do Brasil e dos 🌛 Estados Unidos, realizou-se no dia 2 de outubro do ano passado, em Hollywood.

Celebrou o ato o juiz Cecil Holland e 🌛 foram padrinhos o sr.

Bruce Cabot e o cônsul do Brasil em Los Angeles, sr.

Raul Bopp, e sua esposa, sra.

Maria Guadalupe 🌛 Bopp."[55]

Em recepção no Copa, o príncipe D.

João, Nanette de Castro e o casal Dolores e Jorginho, 1945.

Dolores, americana nascida em 🌛 Nova York, era filha do famoso dramaturgo Robert E.

Sherwood e de Josephine Sherwood.

[56] Em 1954 foi relacionada na exclusiva lista 🌛 de Cholly Knickbocker (pseudônimo criado pelo magnata da imprensa William Randolph Hearst para as colunas sociais de seus jornais e 🌛 que, na época, estava a cargo do conde russo Igor Cassini) como uma das mulheres mais elegantes do mundo; esta 🌛 lista veio selar uma vitória do colunista brasileiro Ibrahim Sued que antes a tinha incluído em sua lista das mais 🌛 elegantes da revista Manchete, sobre seu rival de O Cruzeiro Jacinto de Thormes, que a excluíra; Jacinto se redimiu, no 🌛 ano seguinte, colocando-a na lista das mais elegantes do país de 1955.

[57] Como exemplo da repercussão dessa "gafe" cometida pelo 🌛 colunista Thormes, em sua edição de 4 de janeiro de 1955 o colunista social do Correio da Manhã Roberto de 🌛 Vasconcelos, sob o titulo de "Dolores Guinle uma das dez mais elegantes do mundo", divulgava: "Uma nota à parte, é 🌛 para a senhora Dolores Guinle que acaba de ser indicada por um dos cronistas sociais norte-americanos, uma das "dez mais 🌛 elegantes do mundo" e que, paradoxalmente, não faz parte da lista das dez mais elegantes do Brasil organizada por Jacinto 🌛 de Thormes", e assinalava o tamanho do erro do colega: "A ausência do nome "Dolores Guinle" da referida lista, foi 🌛 a primeira grande surpresa do ano, e serviu, mesmo, para tornar ainda mais discutidas e comentadas, as indicações do conhecido 🌛 cronista."[58]

Jorginho e o filho Jorge, 1948.

Com ela teve, em 1947, seu primogênito, que veio a receber o nome do pai, 🌛 Jorge Eduardo Guinle Filho; ao contrário do pai mulherengo, Jorge era homossexual, fato que assumiu ao pai da seguinte forma, 🌛 nas palavras de Ionita (segunda esposa do playboy e mãe da filha Georgiana): "Jorge sempre foi um playboy e queria 🌛 que o filho fosse também, por isso teve um choque quando Jorginho, aos 18 anos lhe disse: 'Pare de me 🌛 arrumar namoradas porque sou homossexual e estou feliz com isso' (...

) Jorge, que estava na banheira, quase se afogou com 🌛 o susto.

"[5] Quando se recuperou, disse a ele: "Você está em ótima companhia: Michelangelo e da Vinci".

[15] Apesar do choque 🌛 inicial, acabaram se tornando grandes amigos, e o filho se tornou um grande "homerengo", no dizer de um amigo.[5]

No final 🌛 de 1954 Dolores foi para Nova York com o filho, e Jorginho seguiu alguns dias depois, mas lá não se 🌛 demorou - a mulher entrara com um pedido de divórcio, surpreendendo a todos.[57]

Ionita Salles Pinto, recém-separada e já com dois 🌛 filhos, era uma das mulheres mais bonitas do Rio e recebeu de Jorginho a seguinte proposta que a conquistara: "É 🌛 a última vez que te peço em casamento.

Tenho 52 anos, você, 20.

Me dê dois anos de sua vida.

Para você, isso 🌛 não é nada; para mim, a vida inteira": ficaram juntos por sete anos.

[16] A segunda filha, Georgiana (1972), é fruto 🌛 de seu casamento com Ionita.

[10] O casal viajou o mundo, e não perdia a cerimônia de entrega do Oscar onde 🌛 a bela esposa do homem que conheciam por "Mr.

Brazil" atraía a atenção dos paparazzi.

[16] Foi contudo numa das edições do 🌛 Oscar que a esposa resolvera não ir - ela então ligou para o jovem fotógrafo Antonio Guerreiro, a quem sempre 🌛 indicava fregueses, e falou-lhe: "É Ionita.Tô no Galeão...

O Jorge está indo para a entrega do Oscar e resolvi não ir...

Tô 🌛 indo pra sua casa agora...

Porque hoje vai começar nosso caso!"; os dois então passaram a morar juntos.

[59] Ela morreu aos 🌛 69 anos,[60] em 28 de outubro de 2015.[61]

Em seguida Jorginho teve uma união com a então atriz de pornochanchada, Tânia 🌛 Caldas, que depois se casaria com o ator Raul Cortez; em seu apartamento (bem luxuoso onde ambos moraram por alguns 🌛 anos e que mais tarde seria vendido ao casal Angelo Alimonti e Christiane[62]) ela posou para a revista Status e, 🌛 ao final da relação, deu a ela um apartamento.[16]

Finalmente teve um quarto casamento, com Maria Helena Carvalho,[24] que também posou 🌛 para uma revista masculina, causando escândalo na sociedade carioca.

[16] Seu filho mais novo, Gabriel, nasceu quando o pai tinha já 🌛 67 anos de idade (1983), e o garoto ainda chegou a desfrutar um pouco do luxo na mansão que Jorginho 🌛 possuía no Flamengo, a mesma que hospedara certa feita o ex-Beatle George Harrison.

[7] Ainda assim Gabriel crescera sob as cobranças 🌛 dos amigos que lhe diziam ter ficado sem nada pois o pai gastara tudo ou, ainda, querendo saber quais as 🌛 suas conquistas amorosas sendo filho de quem era.

[7] Era filho da quarta e última esposa de Jorge, Maria Helena, que 🌛 tinha cerca de 25 anos quando ele nasceu (1983).[5]

Em outubro de 1986 seu primogênito Jorge Eduardo, já um consagrado artista 🌛 plástico, começou a manifestar os sintomas da AIDS, então uma doença quase desconhecida e sem tratamento; seu quadro foi se 🌛 agravando até que no começo do ano seguinte um médico no Rio sugeriu que fizesse um teste; ele concordou fazê-lo 🌛 em Nova York, onde a mãe morava, depois de seu aniversário de 40 anos, em 14 de março.

[5] Ele nunca 🌛 divulgou o resultado positivo, e nem admitia ter a doença - nem para o companheiro com quem vivia há 15 🌛 anos - Marco Rodrigues, um fotógrafo cearense.

[5] Com o agravamento rápido de seu quadro clínico, voltou para Nova York e 🌛 foi internado no Sloane Kettering Memorial Hospital, onde chegou já pesando 40 kg, metade de seu peso.[5]

Na madrugada de 11 🌛 de maio de 1987 Dolores ligou para o ex-marido em seu apartamento em Botafogo, dizendo para que ele fosse rápido 🌛 aos Estados Unidos pois o filho não iria durar muito; Guinle e a mulher Maria Helena embarcaram, e em 18 🌛 de maio o filho artista morreu, uma das primeiras e das mais notórias vítimas da AIDS no Brasil até então.

[5] 🌛 Sua esposa então protagonizou uma pequena confusão, pois queria que o convite para a missa em memória ao Jorge Filho, 🌛 a ser celebrada na igreja de Nossa Senhora do Carmo não trouxesse o nome de Georgiana, filha de Ionita, pois 🌛 não suportava lembrar os casamentos anteriores do marido.

[5] Jorginho e Maria Helena se separaram na década de 1990.[33]

Quanto ao uso 🌛 de cocaína Jorge Guinle declarou, aos 76 anos, em 1992: "Muita gente que frequenta a noite cheira cocaína.

Eu cheirei bastante 🌛 quando era mais jovem, como todo mundo no Rio de Janeiro.

Hoje prefiro um bom uísque, mas não recusaria o pó 🌛 se me oferecessem".

[63] Chegou, contudo, a dizer que não gostava, e que usava apenas "socialmente" nos tempos de Estados Unidos 🌛 e nos anos 1970 quando a droga era servida em bandejas de prata nas festas.

[16] Era considerado um "guloso" ao 🌛 comer, apesar do paladar refinado; foi ele quem primeiro se serviu de javali no exclusivo restaurante carioca Antiquarius, quando de 🌛 sua inauguração.[46]

Eduardo Palassin Guinle Guilhermina Coutinho da Silva Guinle Manuel Jorge de Oliveira Rocha Isaura Godoy Kelly Botelho Carlos Guinle 🌛 Gilda de Oliveira Rocha Guinle Jorge Guinle Dolores Sherwood Bosshard Ionita Salles Pinto Maria Helena Carvalho Jorge Eduardo Guinle Georgiana 🌛 Gabriel

Aposentadoria e trabalhos [ editar | editar código-fonte ]

Com o fim da concessão do porto de Santos em 1972, as 🌛 coisas começaram a mudar para ele.

[3] Desfez-se aos poucos dos seus bens para manter o estilo de vida, perdendo assim 🌛 a coleção de trens em miniatura, o Rolls-Royce e até a coleção de discos de jazz.

[16] Ao final sobrevivia com 🌛 a renda de uma aposentadoria junto ao INSS pouco superior a R$ 1.550,00 ao mês.[1]

Já em 1963 Guinle aparecia numa 🌛 propaganda de uísque nacional, onde numa foto dele um balão trazia como sua fala: "Red Seal...

finalmente um whisky à altura 🌛 dos importados!"[65]

Em 1982 Jorginho foi garoto-propaganda em anúncios de um empreendimento imobiliário, chamado Barra Palace; ele aparecia, dizendo: "Eu conheço 🌛 um monte de palácios nesta vida.

Você vai gostar deste palácio, ou meu nome não é Jorginho Guinle."[24]

O Copa foi vendido 🌛 em 1989, por US$ 23 milhões a James Sherwood[nota 2] dono da rede de hotéis e trens de luxo Orient 🌛 Express.

[10] Na festa de 80 anos do hotel em 2003 Jorginho acabou por ser a principal atração: os convidados queriam 🌛 conhecê-lo, falar com ele, tirar fotos.[66]

Em 1996, por ocasião de seus 80 anos de vida, o colunista Zózimo Barrozo do 🌛 Amaral registrou em O Globo: "O convívio com Jorge Guinle – 80 anos de boas maneiras – é mais do 🌛 que um prazer, um permanente aprendizado.

O cavalheirismo e a educação de Jorginho em qualquer circunstância são de como um cidadão 🌛 deve se comportar em sociedade."[16]

No ano 2000 Guinle apareceu numa série de comerciais de uma marca de lingerie, onde o 🌛 slogan lembrava seus tempos áureos: "Não existe nada melhor do que viver de renda";[67] a jogada de marketing era uma 🌛 aposta da empresa em usar a imagem do playboy com irreverência, e vinha num momento em que a mesma enfrentava 🌛 uma crise financeira.[68]

Em 2001 ele ainda tentou outro trabalho, servindo de guia turístico para viagens aos pontos glamorosos pelos Estados 🌛 Unidos e Europa, mas o projeto foi abandonado após os ataques de 11 de setembro.[18]

Dependia da generosidade dos amigos e 🌛 familiares,[3] como a amiga Ruth de Almeida Prado, que o hospedava em seu apartamento, num quarto com duas camas de 🌛 solteiro uma estante, e algumas poucas recordações dos tempos áureos.

[10] Ainda recebia depósitos da família do amigo de infância, Baby 🌛 Monteiro de Carvalho, de 12 mil reais, e receber a aposentadoria o incomodava: "Não fiz nada de produtivo na vida 🌛 e tenho esse direito.

Há tanta gente pobre que trabalhou mais do que eu e recebe quantias vergonhosas.

Isso diz muito da 🌛 injustiça do País."[10]

O "céu": Jorginho quis morrer no Copacabana Palace.

Jorge Guinle sofrera um aneurisma da aorta abdominal[7] e fora internado 🌛 no hospital municipal de Ipanema,[6] com um quadro de desidratação, desnutrição e arritmia cardíaca,[1] ali ficando menos de uma semana 🌛 e, perto de morrer, assinou um termo de responsabilidade e deixou as instalações médicas, pois queria passar os últimos instantes 🌛 "no céu" - como chamava seu quarto de número 153 no Copa, com vista para o mar.[7]

Foi levado pelo caçula, 🌛 Gabriel; no hotel teve por última refeição estrogonofe de frango, prato este considerado demasiado simples,[46][nota 3] milk-shake de baunilha e 🌛 sorvete de framboesa; antes de deitar-se ele tomou um chá inglês, ouviu John Coltrane e, às quatro horas da madrugada 🌛 de 5 de março de 2004, encerrou a vida.[7]

Seguindo suas orientações, não houve cerimônia religiosa em seu velório, que ocorreu 🌛 no Cemitério São João Batista, onde foi sepultado às 11:40 h do dia seguinte à sua morte.[1]

Sobre sua vida, deixou 🌛 declarado: "Eu não tenho arrependimentos (...

) Tive uma vida muito melhor do que eu poderia ter imaginado.

Conheci Hollywood de A 🌛 a Z e tive meu grande momento.

Posso não ter mais dinheiro, mas quando eu durmo, eu sonho com Marilyn".[3]

Em 2011 🌛 seu filho mais novo, Gabriel, fora detido comprando maconha na rua Barata Ribeiro, no Rio, e uma investigação sigilosa foi 🌛 aberta pela Secretaria Especial de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap), onde ele trabalhava como guarda penitenciário lotado no 🌛 Presídio de Bangu III, a fim de investigar se ele estaria traficando para os internos - suspeita que fora levantada 🌛 por denúncias anônimas.

[7] Gabriel negou as acusações; em 2013 ele se reuniu com dois amigos no "Copa" para comemorar a 🌛 venda de alguns terrenos - os últimos que possuía da herança paterna.[7]

Georgiana e o irmão estavam preparando material para realizar 🌛 um documentário sobre o pai, mostrando aspectos positivos de seu modo de vida, tomando por base um diário fictício em 🌛 que este traria anotações sobre os fatos que testemunhara.

[23] Com título provisório de "O Diário do Playboy", o projeto ficaria 🌛 a cargo do estreante cineasta Otávio Escobar,[6] tendo o ator Bruno Gagliasso no papel de Jorginho.

[69] Gabriel estudou direito,[18] e 🌛 Georgiana é produtora de eventos.[37]

Importância para o turismo e o carnaval [ editar | editar código-fonte ]

O trabalho de divulgação 🌛 do país, feito por Jorginho, foi reconhecido já em 1955, quando o colunista Roberto de Vasconcelos assinalou: "Bem poucas pessoas 🌛 da sociedade brasileira reúnem as qualidades que Jorge Guinle possui" e antevê: "Se algum dia se criar um órgão do 🌛 Turismo, na sua história, por ordem cronológica o seu nome será escrito como pioneiro."[70]

Vasconcelos lembra que, naquela época, os moradores 🌛 de outros países viam um Brasil onde cobras andavam pelas ruas e o Rio de Janeiro ficava na Argentina; compara 🌛 o trabalho que fizera por ocasião do Festival Internacional de Cinema, idealizado e realizado por ele e grande sucesso em 🌛 maior parte por seu trabalho de divulgação do país no exterior, com outro ocorrido em Punta del Este, e diz 🌛 ser Jorginho "o admirável 'public relations' do Brasil."[70]

Em 1961 o famoso colunista Earl Wilson registrava que eram tantos os convidados 🌛 estadunidenses que vieram para o carnaval do Rio que lotaram o Copacabana Palace de tal forma que Jorge Guinle não 🌛 conseguiria uma mesa para acomodar dezoito pessoas.[71]

Em 1974, por exemplo, o colunista Zózimo noticiava que Jorginho falara ao telefone com 🌛 o agente de artistas, John Maschio, "figura bem relacionada de Hollywood, amigo e conselheiro do mundo artístico" sobre os artistas 🌛 que viriam naquele ano para o carnaval; o americano sugerira Gene Kelly ou Kirk Douglas - enquanto Guinle pleiteava por 🌛 Charles Bronson ou Steve McQueen.[72]

O mesmo colunista reportava, anos depois, que os socialites estrangeiros davam mostra de desinteresse pelo carnaval 🌛 do Rio, em 1982 – e uma demonstração era um comentário do Jorginho: "Nesta época pré-carnavalesca eu sempre tive que 🌛 me esconder para não ter que dizer não aos meus amigos estrangeiros que me telefonavam pedindo hospedagem em minha casa.

Este 🌛 ano, não recebi até agora nenhum telefonema neste sentido".[73]

Paixão e conhecimento do jazz [ editar | editar código-fonte ]

Capa da 🌛 edição de 2002 de Jazz Panorama.

A paixão de Jorginho pelo jazz teve início quando ouviu aos 11 anos "Jubilee Stomp", 🌛 de Duke Ellington, testemunhando a evolução do estilo ao longo dos próximos 77 anos, e publicando em 1953 a primeira 🌛 obra do país sobre ele, intitulada "Jazz Panorama" - livro que foi em 2002 relançado pela Editora José Olympio.

[8] Cumpre 🌛 observar que essa primazia é relativa: a obra "Jazz Panorama", de Guinle, foi editada ao mesmo tempo em que Sérgio 🌛 Porto, pela governamental coleção "Os Cadernos de Cultura", lançara o seu "Pequena História do Jazz".[74]

Este trabalho teve apresentação do poeta 🌛 Vinícius de Moraes, onde declara: "De Jorge Guinle posso dizer que ninguém no Brasil, e muito pouca gente no mundo, 🌛 possui a sua cultura e o seu cabedal jazzístico".

[8] Ele de fato conhecera pessoalmente os maiores expoentes do ritmo, como 🌛 Louis Armstrong, Charlie Parker, Billie Holliday e Zoot Sims, e mesmo aos 87 anos ainda era visto em um festival 🌛 de jazz.[8]

Nos anos 1940 ele chegou a ajudar no financiamento das primeiras gravações de futuros astros do bebop como Dizzy 🌛 Gillespie, Charlie Parker, Max Roach, Thelonius Monk e Oscar Pettiford.

[33] Em depoimento na sua autobiografia, o músico Bud Freeman reforça 🌛 duas coisas sobre Jorginho: a primeira, a de que as pessoas acreditavam que ele era dos "homens mais ricos do 🌛 mundo" e a segunda o apoio que dava aos artistas iniciantes do jazz, convidando-o para um contrato de dois anos 🌛 no Brasil, no qual ficou por quatro meses pois a esposa adoecera.[75]

Jorginho toca numa recepção em sua casa, 1946.

Um outro 🌛 exemplo de amizade com músicos tem-se na vinda de Frankie Laine ao Brasil em sua lua-de-mel, em 1950; o cantor 🌛 não participou de nenhum evento público nos dias em que ficou no país, seu único compromisso foi uma recepção em 🌛 sua homenagem na casa de Jorginho.[76]

Sua coleção de discos era famosa, e durante suas viagens a Nova York dividia o 🌛 tempo entre as festas e os clubes jazzísticos, como registrou a colunista Danuza Leão.

[19] Foi um fã precoce de Dizzy 🌛 Gillespie e Charlie Parker, além de privar da amizade de Louis Armstrong.

[3] Jorginho tocava saxofone, em suas palavras "não muito 🌛 bem", mas deixou a marca de que sua verdadeiramente grande paixão foi mesmo o jazz.[3]

Sobre o fato de seu pai 🌛 e parentes haverem sustentado vários músicos e ele não, desculpou-se : "Eu só não fui um mecenas como eles por 🌛 não ter sido rico o suficiente".

[17] Mesmo assim, quando visitavam o país, os músicos ficavam no Copa e varavam noites 🌛 em sua casa em jam sessions.

[17] Vinícius de Morais conta que ele e Jorginho percorriam Nova York e Nova Orleans 🌛 atrás de endereços privilegiados que lhes permitissem ouvir boa música.[17]

Conheceu Frank Sinatra quando este ainda era crooner da banda de 🌛 Tommy Dorsey, em 1942.

[15] Quando Dorsey veio ao Brasil, chegou com um dia de atraso após passarem por Trinidad, pela 🌛 Venezuela, uma escala em Belém e finalmente o Rio, chegando às quatro horas da manhã: eram esperados por Jorginho com 🌛 seis Rolls-Royces para os conduzir; Guinle chegou a sentar-se na bateria durante uma das apresentações cariocas de Dorsey.[77]

Junto a Ricardo 🌛 Cravo Albin dirigia o Clube de Jazz e Bossa, no Rio, pelo qual em 1967 concederam a Pixinguinha a honraria 🌛 da "Comenda Ordem da Bossa" da entidade.

[78] Albin apresentou de 1963 a 1965, na Rádio Roquette-Pinto o programa "Jazz: música 🌛 do século XX", e Jorginho estava sempre colaborando; neste último ano fundaram, na boate "K-Samba", o "Clube", reunindo um grupo 🌛 de jazzófilos que incluía - além dos dois - pessoas como Ary Vasconcelos, Sérgio Porto, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, 🌛 Everardo Castro, Robert Celerier, Luiz Orlando Carneiro e outros.

[79] Tendo Jorginho por presidente, [80] O Clube realizava jam sessions todas 🌛 as semanas e acabou por revelar alguns músicos, além de homenagear outros tantos; a experiência durou até 1967.[79]

Jorge Guinle levava 🌛 muito a sério o jazz, a ponto de considerar que ser crítico desse tipo musical seria sua "verdadeira profissão".

[17] Para 🌛 coroar essa ligação dizia que, em seu epitáfio, não queria o tradicional "aqui jaz", e sim "aqui jazz".[15]

O termo playboy 🌛 - significando o "homem elegante e rico, que devota sua vida à busca do prazer" - é uma criação midiática 🌛 e surge em 1907; foi contudo em meados do século XX que a conduta e seu personagem tiveram maior exposição, 🌛 quando a mídia transformou suas vidas pessoais em assunto para o grande público: o seu comportamento, no dizer do pesquisador 🌛 Antônio José Saggese, fez com que o prazer que procuravam também fosse estendido à exposição midiática: o playboy tinha seu 🌛 "narcisismo potencializado pela mídia que celebra cada festa, cada conquista amorosa, cada escândalo, desses personagens que, na escassez do pós-guerra, 🌛 dissipam fortunas".[81]

O incremento da técnica fotográfica nas revistas de grande circulação possibilitou a divulgação dessas conquistas; o playboy estava "no 🌛 topo da cadeia alimentar: os grandes predadores" e suas conquistas eram "legitimadas pela mídia", ainda na análise de Saggese.

[81] Integravam 🌛 este chamado "jet set" que atendia à curiosidade ávida do público figuras como Porfírio Rubirosa, Ali Khan, Bob Zagury, Baby 🌛 Pignatary, Gunther Sachs e Jorge Guinle que "seduz as divas do cinema com joias caras e temporadas no Copacabana Palace".[81]

O 🌛 fenômeno do playboy e sua conduta "predatória" fez surgir os paparazzi, que funcionavam como um "caçador na tocaia dessa fera"; 🌛 o gasto ostentatório e o furor erótico são a mercadoria que se vende, e o playboy figura qual um criminoso, 🌛 contrariando as condutas morais puritanas que pregam a "acumulação da riqueza e do sêmen"; Rubirosa declarou: "A maioria dos homens 🌛 tem a ambição de ganhar dinheiro; a minha é gastá-lo".[81]

A época de Jorginho foi ainda marcada por um jornalismo que 🌛 produzia um colunismo social voltado para retratar as elites do país sem qualquer compromisso com as demais camadas sociais, ou 🌛 mesmo de forma como se estas não existissem; os colunistas defendiam seu modus vivendi, e muitos deles agiam "confundindo-se com 🌛 seus objetos de reportagem" e "tomavam partido.

Defendiam com unhas e dentes o direito da elite ser um espetáculo em si 🌛 mesmo", vindo mais tarde a tornar-se decadente, a ponto de Ricardo Boechat (que fora colaborador de Ibrahim Sued) citar Guinle 🌛 para justificar o fim do colunismo fútil, em 1999: "o milionário de hoje tem outro nível de consciência, sabe o 🌛 quanto é deselegante falar em riqueza", levando-se à conclusão de que "o que existe hoje seria uma atividade fundada em 🌛 restos inautênticos de uma época fausta que desabou com o envelhecimento dos heróis da vida frívola"; a despeito disto, e 🌛 da perda de prestígio dos colunistas, a imprensa brasileira não evoluiu, continuando por motivos mais complexos a reportar de forma 🌛 superficial e frívola a vida dos ricos e famosos.[82]

A colunista da Folha de S.

Paulo Cecília Giannetti, por exemplo, registrou em 🌛 fevereiro de 2008 que "Hoje, em tempos de silicone, quando qualquer adolescente de bermudão e chinelos pode ganhar a alcunha 🌛 de playboy, a festa não pode parar", em contraposição aos tempos de Guinle: "Foi lá [no Copa] que o bustiê 🌛 de Jayne Mansfield caiu em 1959 e que Jorginho Guinle mostrou o que significava o título de playboy".[83]

Em 1950 Guinle 🌛 inspirou o escritor e teatrólogo Guilherme Figueiredo ao transpor sua conduta de playboy que o momento histórico enfatizava para um 🌛 contexto da mitologia clássica em sua peça "Um Deus Dormiu Lá em Casa".[84]

No seu auge, Guinle foi citado na música 🌛 "Ser Bem" de Roberto Carlos, em seu álbum Louco por Você de 1961; Marcelo Garson diz que "a canção evidencia 🌛 como o imaginário midiático de glamour e consumo, recheados de signos importados" se refletia no objetivo de ascensão social do 🌛 artista, que muitas vezes declarou desejar ser cantor, ter carros de corrida e "brotos"; a letra diz: "Ser bem / 🌛 É no Copa debutar (...

) Quer ver o seu nome na coluna todo dia / Pertinho do Jorginho, ao lado 🌛 do Didu".[85]

Em sua crônica publicada no livro A Cabra Vadia, originalmente lançado em 1970, Nelson Rodrigues dá a dimensão temporal 🌛 do usuário da aviação, ao citar o socialite: "Quando vou ao Galeão, só uma figura me impressiona.

Lá, chegam e partem 🌛 reis, presidentes, rajás, grã-finos, ministros, Jorginho Guinle, um mandarim.

E é, convenhamos, um elenco fascinante."[86]

Num texto de 1982 em que estreava 🌛 como colunista da revista Veja o escritor Luís Fernando Veríssimo simula uma auto-entrevista e fala de Guinle como "modelo" de 🌛 pessoa de esquerda, dando humor à citação: "Mas não me tomem por um esquerdista radical.

Não sou nenhum Jorginho Guinle."[87]

Referência como 🌛 gastador inveterado, Guinle tornou-se no Brasil sinônimo de prodigalidade; neste sentido a comparação feita por Fernando de Holanda Barbosa, quando 🌛 diz que " Os royalties do petróleo devem se transformar num Plano Jorginho Guinle, o grande playboy brasileiro, que gastou 🌛 todo seu patrimônio consumindo do bom e do melhor...".

[88] Também neste sentido seu nome é usado pelo economista José Luis 🌛 Oreiro, quando diz "Collor, FHC, Lula e Dilma mantiveram a prática do que poderíamos chamar "finanças Jorginho Guinle", ou seja, 🌛 emitir dívida pra financiar consumo".[89]

Guinle surge como personagem no romance de 2010 "La princesa triste del Mercado Cuatro", do escritor 🌛 paraguaio Rubén Sapena Brugada; no enredo a personagem principal a que o título se refere, Ana Migdonia Rosaria Monges Caballero, 🌛 após uma vida de privações e vulgaridades, conhece um diplomata que a instrui em boas maneiras e a melhorar sua 🌛 cultura; ela então se muda ao Brasil onde cai nas mãos do playboy Jorge Guinle.[90]

Também em 2010 a conduta de 🌛 Jorginho foi analisada sob a ótica da economia pessoal, por Moshe A.

Milevsky e Anna Abaimova, no artigo "Risk Management During 🌛 Retirement" (gerenciamento de riscos durante a aposentadoria), na obra "Retirement Income Redesigned: Master Plans for Distribution".[91]

Jorge Guinle foi, desde seu 🌛 primeiro número, articulista da "Revista da Música Popular", lançada em 1954 por Lúcio Rangel, junto a Manuel Bandeira, Fernando Lobo 🌛 e outros.[92]

Obras escritas por Jorge Guinle:

Jazz Panorama , 1953 (reeditado em 2002)

, 1953 (reeditado em 2002) Um Século de Boa 🌛 Vida, 1997 (autobiografia).

Sobre a família:

Os Guinle: a História de Uma Dinastia - Clóvis Bulcão (ed.Intrínseca, 2015)

- Clóvis Bulcão (ed.

Intrínseca, 2015) 🌛 Jorge Guinle - Christina Bach (biografia de Jorge Guinle, o filho - ed.

Cosac & Naify, 2001)

- Christina Bach (biografia de 🌛 Jorge Guinle, o filho - ed.

Cosac & Naify, 2001) Jorge Guinle – Roberto Conduru (ed.

Francisco Alves, 2009 - biografia do 🌛 filho)

Notas e referências [ editar | editar código-fonte ]Notas

↑ Livre tradução para: "Guinle había navegado despierto, calma chicha, por las 🌛 geografías que a los demás nos dejaban en la retina para el sueño" ↑ Apesar do mesmo sobrenome, não consta 🌛 ter parentesco com Dolores Sherwood, primeira esposa de Jorginho.

↑ [ 46 ] A então relações públicas do hotel, Cláudia Fialho, 🌛 declarou na época que se preparou para atender qualquer pedido de Jorginho, pois ser-lhe-ia o último desejo: " O Jorginho 🌛 podia pedir o que ele quisesse.

Beluga, Cristal, ortolans..

Qualquer coisa do mundo, eu tentaria trazer para ele.

Estávamos prontos para tudo.

Afinal, eram 🌛 os últimos desejos do Jorginho, como não atender?".

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